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Karachi (Agência Fides) - Um estudioso muçulmano liberal e moderado, que tinha sido acusado de blasfêmia por um discurso proferido durante uma visita aos Estados Unidos, foi morto ontem, em Karachi. Muhammad Shakil Auj foi o decano de estudos islâmicos da Universidade Estatal de Karachi. Ele era conhecido por sua postura de abertura, diálogo, tolerância e respeito pelos direitos de todos. Homens armados e montados numa moto atacaram o carro que ele dirigia, atingindo-o na cabeça e no pescoço. Auj morreu no local. Segundo fontes de Fides, uma semana atrás, outro estudioso do Islã, Masood Baig, também foi morto por agressores desconhecidos. Auj, 54 anos, nos últimos meses tinha apresentado queixa à polícia por ameaças de morte que tinha começado a receber, depois de um discurso proferido nos Estados Unidos em 2012. Em particular, outros quatro colegas, professores da Universidade de Karachi, o acusaram de "blasfêmia" pelas declarações contidas no discurso. Um imâme de Karachi emitiu uma “fátua” contra o homem, acusando-o de blasfêmia e pedindo sua morte.
Grupos e organizações que tutelam os direitos humanos, inclusive comissões e associações cristãs, reiteram que a lei é muitas vezes usada como pretexto e para vingar rancores pessoais ou profissionais. Como apurado pela Fides, Muhammad Shakil Auj sará lembrado amanhã, 20 de setembro, na convenção organizada pelo “Centro para a Paz” de Lahore, fundado e dirigido pelo dominicano fr. James Channan, para celebrar a “Jornada Internacional da Paz” convocada pela ONU. A celebração é realizada por seis organizações engajadas em promover diálogo, paz e harmonia, entre as quais a Comissão dos Bispos para o Diálogo inter-religioso. Participam Dom Sebastian Shaw, Arcebispo de Lahore, e Hafiz Tahir Mehmood Asharfi, conhecido estudioso muçulmano, ativista de direitos humanos. Juntos, lançarão um apelo para reafirmar a urgência e a harmonia na sociedade. (PA) (Agência Fides 19/9/2014)
