ÁSIA/IRAQUE - Iraque no caos. Sacerdote caldeu: os cristãos agora têm medo sobretudo da guerra civil

Sábado, 14 Junho 2014

Kirkuk (Agência Fides) – "Tudo parece precipitar rumo a uma gestão somente militar da crise, ou seja, para a guerra civil. E agora isso assusta muitos cristãos mais do que o avanço dos islamistas: a guerra não faz distinção entre soldados, terroristas e civis. Ela atinge da mesma maneira cristãos, sunitas, curdos e xiitas." De Kirkuk o sacerdote caldeu Kais Mumtaz descreveu o sentimento predominante entre os cristãos do norte do Iraque diante do rumo que estão tomando os acontecimentos, com o exército iraquiano que deixou o campo aberto para os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL) e chegaram com sua ofensiva a algumas dezenas de quilômetros de Bagdá. Enquanto isso, o Irã enviou à capital iraquiana, o general Qassem Soleimani, eminência parda da Guarda Revolucionária do Irã, enquanto o presidente do Irã, Hassan Rohani, numa coletiva de imprensa não descartou uma parceria com Washington contra as milícias jiahdistas sunitas do ISIL "se vermos que os EUA" - disse Rohani - "começam a se opor aos terroristas no Iraque ou em outros lugares". Ao mesmo tempo, o aiatolá xiita iraquiao Ali al-Sistani e também os chefes de milícias iranianas xiitas Moqtada al Sadr e Asaib Ahl al-Haq chamaram os civis iraquianos para pegar as armas contra os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque do Levante. Nos últimos dias, após a queda de Mosul nas mãos ISIL, o presidente do Iraque, Nuri al-Maliki, disse que estava pronto para armar qualquer um que tivesse decidido "lutar contra os terroristas". "Mas o avanço da milícia ISIL", disse Pe. Kais "só foi possível porque uma parte da população sunita os apoia contra o governo central e porque o exército fugiu, deixando armas e veículos em suas mãos. Se o único caminho é o do confronto sectário militar, isto conduz à destruição do país". Na quarta-feira, o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, Louis Raphael I Sako, propôs a criação de um "governo de unidade nacional", como uma resposta política às divisões sectárias que podem levar ao desmembramento do Iraque. (GV) (Agência Fides 14/6/2014).


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