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Campala (Agência Fides) - Nos últimos dias, chegaram em Uganda milhares de refugiados congoleses que afirmam fugir da região de Ituri, na confinante República Democrática do Congo, onde estão em curso combates, como refere o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. (ACNUR).
Um número entre 5 mil e 7 mil pessoas atravessou em barco o lago Albert e chegou à aldeia de Nkondo, a 285 km de Campala, no oeste do país. A maior parte dos refugiados são mulheres e crianças, e muitos deles precisam de imediata assistência e cuidados médicos. Por enquanto, estão todos detidos nas margens do lago, em um vale profundo e acessível somente a pequenos caminhões, que passam por uma estrada desastrada. A maior parte dos refugiados não tem condições de enfrentar as três horas de caminhada a pé, para subir o vale. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) enviou bens de necessidade primária, como cobertores, tanques de água, utensílios de cozinha, sopas e rolos de plástica, dos depósitos de Campala, para Nkondo, onde está se organizando um centro de trânsito provisório. O ACNUR está também contatando outras Agências das Nações Unidas para que forneçam alimentos e gêneros de saúde, e está negociando com as autoridades locais a construção de uma cisterna. Atualmente, os refugiados estão bebendo água do lago, muito perigosa para sua saúde. O Alto Comissariado recebeu notícias da chegada de outras 10 mil pessoas a Ishaka, localidade ao norte, vizinha à República Democrática do Congo. Uma equipe do ACNUR encontra-se no local, para recolher maiores informações.
Ainda não está claro o motivo pelo qual os refugiados deixaram a República Democrática do Congo. Os refugiados afirmam que há um conflito em curso em suas aldeias, entre os Hema e os Lendu, dois grupos étnicos de Ituri, no Congo oriental. Segundo a MONUC, missão de manutenção da paz das Nações Unidas no Congo, recentemente, na região, houve uma onda de violência entre os dois grupos militares rivais, o FNI e o UPC-L. Uganda hospeda 200 mil refugiados. Antes deste último fluxo, menos de 10 mil eram originários da República Democrática do Congo; os outros, em sua maioria, provinham do Sudão.
(L.M.) (Agência Fides 18/1/2005)
