ÁFRICA/QUÊNIA - “Os fundamentalistas que atingem cristãos ameaçam também os Imâmes locais”, afirma o administrador apostólico de Mombasa

Segunda, 24 Março 2014

Nairóbi (Agência Fides) – “Não sabemos quem cometeu o atentado contra a igreja evangélica, mas presume-se que seja um grupo de fundamentalistas”, diz à Agência Fides Dom Emanuel Barbara, Bispo de Malindi e Administrador Apostólico de Mombasa, onde ontem, 23 de março, foi perpetrado um atentado contra a igreja evangélica de Likoni, bairro na terra firme da segunda cidade do Quênia, durante a celebração dominical.
“Não estava em Mombasa, mas logo que o fato aconteceu, fui informado por telefone por meus colaboradores”, explica Dom Barbara. “Segundo me disseram, um homem armado entrou atirando pela porta posterior da igreja, enquanto dois cúmplices ficaram na porta principal impedindo que os fiéis fugissem. Quatro pessoas morreram na hora e outras 21 foram feridas”. Segundo a imprensa local, duas pessoas que foram hospitalizadas morreram em seguida.
“O atentado não foi reivindicado, mas é preciso saber que a área de Mombasa é considerada base de um movimento separatista de matriz islâmica”, acrescenta o Bispo. “Estes grupos ameaçam também os Imâmes locais, acusando-os de serem moderados. Ocorreram vários episódios de ameaças e intimidações contra líderes religiosos muçulmanos locais para que preguem uma doutrina radical”.
“No Quênia - continua o Bispo – acredita-se que estes grupos sejam financiados por homens de negócios de Mombasa. A maior parte dos componentes destes grupos são jovens provenientes da Somália, mas existem também jovens locais que atiram e matam por dinheiro, e não porque são fanáticos religiosos”. “Rezem por nós e principalmente pela conversão do coração destes jovens, para que renunciem à violência”, conclui Dom Barbara. (L.M.) (Agência Fides 24/3/2014)


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