ÁSIA/TAILÂNDIA – Protestas em Bangkok: negar o voto é “potencialmente catastrófico”, é urgente um diálogo nacional

Quinta, 16 Janeiro 2014

Bangcoc (Agência Fides) – Negar a possibilidade de votar, em 2 de fevereiro próximo, data marcada para as novas eleições, é uma perspectiva “potencialmente catastrófica” e poderia desencadear uma violência generalizada. Por isso, é urgente que a liderança tailandesa inicie um “diálogo nacional” o mais rápido possível inclusivo para restabelecer a estabilidade no país. É o que afirma o último relatório da Internationl Crisis Group (ICG), prestigioso think-tank com sede em vários países do mundo. Segundo o relatório, enviado à Agência Fides, se a campanha antigovernamental faz descarrilar a perspectiva das eleições a perspectiva das eleições, o risco é de que se verifica um “golpe de estado militar”.
O documento destaca que os protestos estão se propagando em várias áreas do país. O Partido Democrático, guiado pelo secretário-geral Suthep Thaugsuban, decidiu boicotar as eleições e parece determinado a tirar do poder o governo de Yingluck Shinawatra, irmã do ex Primeiro-Ministro Thaksin, em exílio. Pretende-se criar um “Conselho do Povo” composto por 100 representantes que, por um período de dezoito meses, possa fazer reformas estruturais como: descentralização, governadores eleitos pelo povo, lei anticorrupção e reforma da Polícia.
Desde 2005, tensões políticas animaram um conflito social na Tailândia centrado quase sempre na figura do magnata Thaksin Shinawatra, que governou nos anos passados e que foi posteriormente exilado. Em 2011, a vitória eleitoral de sua irmã Yingluck demonstrou que parte do país estava ainda com ele. Em novembro de 2013, os parlamentares do Partido Democrático se demitiram em massa e em 9 de dezembro, Yingluck dissolveu o Parlamento, marcando eleições para fevereiro.
O Partido Democrático, porém, deliberou o boicote das eleições para apoiar o protesto. Os manifestantes impediram o registro dos candidatos em 28 circunscrições no sul do país.
A nação, afirma o relatório ICG, parece estar totalmente ‘polarizada’. O ICG convida o Partido Democrático “a perseguir mudanças políticas não-violentas e no respeito dos direitos”, e “a comprometer-se com o processo democrático, apoiando uma mesa de diálogo” onde apresentar questões como a descentralização e a reforma das instituições, que devem ser discutidas em nível nacional. (PA) (Agência Fides 16/1/2014)


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