AMÉRICA/ESTADOS UNIDOS - “Eles cuidam de nossos filhos e constroem as nossas casas, mas não têm direitos”: por uma abordagem mais humana para com os imigrantes

Terça, 14 Janeiro 2014

Los Angeles (Agência Fides) – O Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gómez, se expressou sobre a necessidade de continuar a insistir na revisão da política da imigração nos Estados Unidos. Ele fez isso pedindo uma abordagem mais humana para com os imigrantes: “São sempre, primeiramente, seres humanos”. A ocasião foi uma conferência sobre o tema da imigração realizada no centro de conferências de Rotary Club de Los Angeles, organizada para a conclusão da Semana Nacional da Migração, realizada de 5 a 11 de janeiro. O objetivo principal, segundo a nota enviada à Agência Fides pela Conferência Episcopal dos Estados Unidos, foi o de promover uma maior consciência sobre a situação difícil em que vivem os imigrantes, de maneira especial as criança.
“Estamos falando de pessoas humanas, não de números, nem de estatísticas”, disse o arcebispo em seu discurso. “Estamos falando de pais de família que, sem pré-aviso, não voltarão para casa para o jantar esta noite. São pais que não veem suas famílias há dez anos”.
Dom Gomez, que nasceu no México, se tornou cidadão dos Estados Unidos na segunda metade de 1940, e hoje é considerado uma voz importante no empenho para a reforma da imigração. Muitas vezes se expressou em favor do projeto de lei aprovado no ano passado pelo Senado, que prevê a possibilidade de obter a cidadania para cerca de 11 milhões de imigrantes que vivem no país sem documentos. A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos também reiterou o seu apoio a uma projeto de lei completo (veja Fides 30/07/2013).
"Nós nos esquecemos das pessoas que estão morrendo no deserto, tentando alcançar os nossos confins – disse ainda o Arcebispo -, as mulheres e as crianças vítimas dos traficantes de bens e de seres humanos". Dom Gomez denunciou também as irrupções dos agentes para efetuar os controles sobre a identidade das pessoas e outras ações na detenção dos imigrantes. "Aceitamos tacitamente uma subclasse permanente de homens e mulheres que vivem nas periferias da nossa sociedade – disse o Arcebispo. Cuidam dos nossos filhos, constroem as nossas casas e limpam nossos escritórios, recolhem o alimento que consumimos, mas não têm nenhum direito, nenhuma segurança". (CE) (Agência Fides, 14/01/2014)


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