ÁSIA/INDONÉSIA – Cristãos em aumento em Aceh, mas nada de autorizações para construir novas igrejas

Sexta, 10 Janeiro 2014

Banda Aceh (Agência Fides) – A pequena comunidade cristã na província indonésia de Aceh, no norte da ilha de Sumatra, prospera e está em aumento, mas obter licenças para construir igrejas parece impossível, como informam fontes locais à Fides. Na província, conhecida por ter aprovado parcialmente a Xariá (lei islâmica) na legislatura civil, os cristãos – segundo o censo de 2010 – são 1,2% da população, que no total conta cerca 4,5 milhões. Existem apenas três igrejas na capital, Banda Aceh (uma católica e duas protestantes) e, embora a população cristã de Aceh esteja crescendo, os requisitos para obter autorizações e as pressões de grupos radicais islâmicos junto às autoridades civis tornaram ainda mais difícil para os não-muçulmanos construir novos locais de culto. Além disso, o atual governador da província, Zaini Abdullah, eleito em 2012, promove um nítido programa de islamização da sociedade. As regras para a concessão de avais de construção variam de província a província, na Indonésia. Segundo Zulfikar Muhammad, coordenador da “Aceh Human Rights Coalition”, que reúne cerca de 30 organizações, “estes regras limitam efetivamente as minorias na liberdade de praticar sua fé e não são coerentes com a Constituição indonésia”.
Em 2006, uma ordenança do Ministério do Interior indonésio estabeleceu como requisitos necessários um abaixo-assinado de pelo menos 90 membros da comunidade, e uma carta de apoio assinada por no mínimo 60 residentes locais não-pertencentes à comunidade. Em 2007, em Aceh, a normativa foi modificada e ‘endurecida’ pelo governador local: na província, são necessárias as assinaturas de no mínimo 150 fiéis e o apoio de 120 moradores locais. Sem estes requisitos, os cristãos não conseguem obter novas autorizações e também algumas salas de oração tiveram que ser fechadas. Em outubro de 2012, a administração de Banda Aceh ordenou o fechamento de nove locais de culto pertencentes a cristãos e budistas, citando o desrespeito das leis vigentes. Em seis casos, foram decisivos os protestos de militantes da Frente Defensora Islâmica (FPI). Seis meses antes, no sul da província de Aceh, as autoridades ordenaram o fechamento de outros 17 locais de culto cristãos. (PA) (Agência Fides 10/1/2014)


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