AMÉRICA/CHILE - “Deve-se ouvir o povo Mapuche para resolver o conflito em Araucanía”, afirma o Bispo de Temuco

Terça, 7 Janeiro 2014

Temuco (Agência Fides) – A primeira coisa urgente a fazer para resolver definitivamente o conflito em Araucanía é ouvir o povo Mapuche: foi o que evidenciou, falando à imprensa local, o Bispo da diocese de Temuco, Dom Héctor Eduardo Vargas Bastidas, S.D.B., comentando o que ocorreu nos dias passados. “O clima é muito tenso – disse o Bispo -, tivemos episódios de violência já no dia de Natal, devido a várias circunstâncias e em várias partes da região. Tudo isso, infelizmente, provoca muitos problemas, sentimento de impotência, e desse modo as pessoas têm a tentação de fazer justiça com as próprias mãos, mas assim a causa justa e legítima do povo Mapuche perde o apoio que merece".
Na Araucanía Chilena, a cerca de 700 km ao sul da capital, o chamado “Conflito Mapuche” contrapõe desde os anos 90 o maior e mais importante grupo étnico do país aos agricultores e aos empresários por causa da propriedade das terras. Os Mapuche, de fato, sempre consideraram essas terras como seu patrimônio ancestral.
"Antes de tudo se deveria ouvir o povo Mapuche – destacou o Bispo -. Sinto muito que este trabalho não tenha sido feito. Foram preparados encontros para o diálogo, mas tiveram uma duração muito breve". A nota enviada à Agência Fides refere as palavras do Bispo de Temuco: "O governo chileno está demasiado atrasado neste caso, assim não se alcançam os acordos essenciais, as políticas estatais para a região sobre este problema. Os que vivem aqui, além de nós como Igreja que estamos a serviço de mais de 1.300 comunidades Mapuche, percebem que o problema é muito grave, é uma coisa séria. Temos um povo inteiro à espera e vemos que as soluções não chegam ".
"Fala-se de questões essenciais que devem ser resolvidas: territorialidade, multiculturalismo, reconhecimento constitucional. Aqui em Araucanía existe a vontade de dialogar – concluiu Dom Vargas Bastidas -, todos querem colaborar para que o povo Mapuche consiga obter respostas, mas de outro lado se trabalha muito pouco, neste momento sinto até mesmo que tudo está completamente parado". (CE) (Agência Fides, 07/01/2014)


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