ÁSIA/MIANMAR - O Arcebispo de Yangun: um roteiro de paz e fraternidade para o país em 2014

Sábado, 4 Janeiro 2014

Yangun (Agência Fides) - A paz, a fraternidade e a democracia em Mianmar são "uma esperança comum de todos os cidadãos": o alvorecer de um novo ano, "em Mianmar está preparando o alvorecer de uma nova era, feita de liberdade, justiça e paz". Foi o que disse Dom Charles Maung Bo, Arcebispo de Yangun, traçando, numa nota enviada à Agência Fides, um "roteiro" para a nação, que delinea as perspectivas para 2014.
O Arcebispo recordou os muitos progressos feitos ao longo dos últimos dois anos da nação que "abriu as suas portas para o mundo". No entanto, afirma, ainda está no início: "Muitos presos políticos permanecem na prisão, e enquanto se fala de paz, continuam os ataques militares contra civis no estado de Kachin. Enquanto se desfruta de uma maior liberdade de expressão, alguns a usaram para incitar a violência contra os irmãos e irmãs muçulmanos. O caminho a ser percorrido é longo e há muitos grandes desafios a serem enfrentados”.
As reformas democráticas não são garantias do fim dos conflitos, ressalta. "A paz se alcança, é verdade, com um processo lento e constante de diálogo, que comporta uma solução política para as minorias étnicas de Mianmar". No entanto, observa Dom Bo, "a verdadeira paz só pode ser alcançada através de uma revolução do coração, uma renovação das mentes e uma redescoberta do valor da fraternidade". Dom Bo cita a mensagem do Papa Francisco para o "Dia Mundial da Paz", recordando "o anseio irreprimível de fraternidade" presente no coração de cada ser humano. Ele condena a onda de ódio e de violência que eclodiu nos últimos 18 meses contra os cidadãos muçulmanos birmaneses em diferentes partes do país, atos que, afirma, "levam à morte da fraternidade".
Por esta razão, o povo birmanês "tem a tarefa de reconstruir não só os edifícios destruídos, mas as relações e interpessoais e intercomunitárias, e reconstruir o seu coração": na diversidade de etnias, sociedades, religiões e culturas, explica a mensagem, "existem as sementes de uma vocação para formar uma comunidade de irmãos e irmãs que se aceitam e cuidam uns dos outros". O roteiro para o futuro do país - conclui - passa pela construção de uma "nação arco-íris", em que todos, especialmente as minorias, são tratadas com igual respeito e igualdade de direitos: uma nação próspera porque livre de guerras e conflitos religiosos, da pobreza definida como "uma ferida na alma da nação", e da violação dos direitos humanos fundamentais. (PA) (Agência Fides 4/1/2014)


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