ÁSIA/MALÁSIA - O uso da palavra "Alá": 300 Bíblias sequestradas e líderes cristãos presos

Sexta, 3 Janeiro 2014

Kuala Lumpur (Agência Fides) - Mais de 300 Bíblias foram sequestradas e dois líderes cristãos foram presos em 2 de janeiro, no Estado malaio de Selangor. É o que relata um comunicado da "Bible Society of Malaysia", enviado à Agência Fides. Segundo a polícia, a acusação é "o uso ilegal da palavra Alá pelos cristãos" , que foi condenado por um tribunal em outubro de 2013. O Estado de Selangor, ao lado do território da capital Kuala Lumpur - na península da Malásia – sancionou "Bible Society of Malaysia".
Se tornam realidade os temores dos cristãos malaios que , depois do veredicto referido unicamente às publicações do semanário católico " Herald" – temiam uma má interpretação do julgamento, temendo problemas para as comunidades cristãs e a circulação de suas publicações, como da Bíblia. Após o veredicto, o primeiro-ministro malaio Najib Razak e outros funcionários do governo explicaram que "a proibição não se aplica à liturgia e à Bíblia" , garantindo aos cristãos que sua prática de culto não estaria ameaçada. O episódio do último dia 2 mostra "as ambiguidades ainda existes", denuncia a "Bible Society of Malaysia". Conforme relatado à Agência Fides, as Bíblias sequestradas tinham sido importadas da vizinha Indonésia, onde se fala o "Bahasha", língua comum entre Malásia e Indonésia.
A disputa sobre o uso da palavra "Alá" da parte de não muçulmanos eclodiu no início de 2009 , quando o Ministério do Interior ameaçou revogar a permissão de publicação do jornal católico Herald, que o usava. A Igreja Católica iniciou uma ação judicial alegando a violação de seus direitos constitucionais. Naquele mesmo ano, um tribunal confirmou a alegação da Igreja. A sentença sucessiva do Tribunal de Recurso, em outubro de 2013, restabeleceu a proibição. Os muçulmanos constituem mais de 60% dos 28 milhões de malaios, enquanto os cristãos representam cerca de 9%. (PA) (Agência Fides 3/1/2014)


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