VATICANO – O encontro do Card. Filoni com os Bispos do Paquistão: “A Igreja é sempre chamada a construir pontes e não muros”

Sexta, 1 Novembro 2013

Lahore (Agência Fides) – A alegria de visitar pela primeira vez o Paquistão e de encontrar os Bispos, além de analisar as questões inerentes à “convivência nem sempre fácil e pacífica entre grupos religiosos majoritários e minoritários, assim como a violação dos direitos humanos e, especialmente, da liberdade de fé e de culto”, foram citadas pelo Card. Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, na abertura do seu discurso aos Bispos da Conferência Episcopal do Paquistão, no encontro ocorrido na tarde de 31 de outubro, em Lahore.
“Como católicos – destacou o Purpurado – nós somos chamados ao exercício do ensinamento de Jesus, o qual passando anunciava o Reino de Deus, fazendo o bem. Ao mesmo tempo, respeitava a escolha íntima de cada pessoa, inclusive dos seus adversários, jamais tentando fazer proselitismo… consequentemente, este método não deve pertencer à missão da Igreja”. O Cardeal prosseguiu recordando que “a Igreja é sempre chamada, como dizia o Beato João Paulo II, a construir pontes e não muros… Nós sabemos que este tipo de serviço não é fácil e nem mesmo bem compreendido. Sabemos também que não estamos sós e que atrás e acima deste serviço está a graça de Deus e a obra do Espírito Santo”.
O Prefeito do Dicastério Missionário evidenciou a seguir que a Igreja no Paquistão “vive na sociedade civil desta terra e participa plenamente ao seu desenvolvimento com as próprias belas e importantes instituições, a serviço de todos os que desejam desfrutar delas”. Após recordar o início da sua missão nesta terra, com os jesuítas em 1594, o Cardeal reiterou que “a Igreja Católica é parte não somente no sentido histórico, mas também religioso, social e educativo da vida deste nobre país. Além disso, ela está completamente nas mãos de Bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas autóctones”.
Duas são as perspectivas indicadas para o futuro da Igreja paquistanesa: “una ad intra, ou seja, a consolidação da própria realidade eclesial, e una ad extra, isto é, o seu papel no continente asiático e no mundo”. O Card. Filoni recomendou aos bispos “que encorajem e confirmem sempre na fé os fiéis e que estejam próximos a eles nas variadas circunstâncias e dificuldades. Sabemos bem que nessas últimas décadas ser cristãos neste país nem sempre foi fácil. Pelo contrário, devo dizer que em não poucas circunstâncias as comunidades cristãs no Paquistão, por causa de extremismos e fanatismos, teve que dar um forte testemunho de martírio e de fidelidade a Cristo”. O Cardeal então elogiou a Igreja paquistanesa por sua edificante resposta à onda de violência, que sempre ocorreu através da oração, do perdão e do empenho pela construção da paz, no diálogo e no respeito. A propósito, citou o exemplo de Shahbaz Bhatti, que “deu seu sangue pela fé e foi morto pela paz”.
Segundo as indicações dos últimos Pontífices, o terceiro milênio compromete a Igreja no caminho da nova evangelização e aprofunda o sentido da missão, por isso o Card. Filoni exortou os Bispos paquistaneses a aprofundarem a sensibilidade missionária e a promoverem um maior impulso para a missão ad gentes. Por fim, expressou apreço pelo ministério pastoral que os Bispos desempenham nas respectivas Igrejas locais, consciente “das muitas dificuldades e limitações” que devem enfrentar todos os dias. (SL) (Agência Fides 1/11/2013)


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