ÁSIA/INDONÉSIA - O presidente Yudhoyono: maior compromisso contra a intolerância e em favor da liberdade religiosa

Sábado, 24 Agosto 2013

Jacarta (Agência Fides) - O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, disse que está preocupado com a crescente intolerância religiosa na Indonésia e prometeu que o país, campeão do pluralismo, defenderá as minorias religiosas e a liberdade religiosa. A questão do aumento da intolerância religiosa, que abalou a Indonésia no ano passado, esteve no centro de um recente discurso anual do presidente do Parlamento, que tem um valor programático para o Governo. Dada a ocorrência de ataques cada vez mais violentos contra as minorias religiosas, como cristãos, muçulmanos xiitas e ahmadis (pequena seita considerada herética pelo Islã), nos meses passados os líderes religiosos criticaram abertamente o presidente, definindo-o "cúmplice do clima de intolerância" e condenando a inação do governo em prevenir e deter esses ataques (veja Fides 23/05/2013).
"Estou muito preocupado com os contínuos episódios de intolerância e os conflitos entre as comunidades", afirmou Yudhoyono em seu discurso, enviado à Fides. "Precisamos ser capazes de preveni-los", disse ele, pedindo uma "responsabilidade coletiva do governo e instituições religiosas". "Não podemos justificar a imposição do credo religioso sobre uma minoria", disse ele, acrescentando que "cada cidadão deve respeitar a Constituição que garante a liberdade de religião". “A Indonésia, reiterou, é um país pluralista que sempre foi campeão do diálogo entre civilizações e religiões. Por isso, é urgente evitar confrontos e violência que podem perturbar a paz em nossa sociedade e a nossa unidade nacional".
As observações do presidente foram feitas num período em que a administração foi criticada por não ter combatido os casos de intolerância que aumentaram nos últimos quatro anos. Segundo um relatório enviado à Fides pelo " Wahid Institute", que promove o pluralismo e o Islã pacífico, os casos de intolerância religiosa na Indonésia foram 274 em 2012, 267 em 2011, 184 em 2010 e 121 em 2009.
Yudhoyono, no cargo desde 2004, termina o seu mandato em 2014. De acordo com analistas, uma série de escândalos de corrupção que envolveu o seu governo fez com ele perdesse muita popularidade. (PA) (Agência Fides 24/8/2013)


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