ÁSIA/ÍNDIA - Sequestradas e violentadas quatro garotas de uma escola cristã

Sábado, 20 Julho 2013

Ranchi (Agência Fides) - Quatro garotas tribais que frequentam uma escola cristã na aldeia de Labda, na área de Pakur, no estado indiano de Jharkhand, foram sequestradas à noite no dormitório do instituto e estupradas por um grupo de mais de vinte homens mascarados. O terrível fato, ocorrido em 14 de julho, mas só agora referido à Agência Fides pela ONG local "Catholic Secular Forum" – chama a atenção sobre o fenômeno de estupro indiscriminado e impune na Índia. As garotas, todas com idade entre 12 e 14 anos, pertencem à tribo Paharia e agora se encontram hospitalizadas.
Segundo a reconstrução dos fatos enviada à Fides, por volta das 23h de 14 de julho, cerca de 25 homens armados com facas e mascarados invadiram a escola profissional administrada pela Igreja Evangélica da Índia em Pakur. O prédio acolhe, cuida da educação e formação profissional de cerca de 135 alunos, dos quais 60 menores de 14 anos, a maioria de famílias tribais ou grupos marginalizados. A escola não tem um aparato de segurança e localiza-se sobre uma colina bastante isolada. Numa expedição organizada, os invasores rapidamente amarraram e amordaçaram quatro professores na escola, antes de sequestrar as quatro garotas e violentá-las por mais de duas horas, deixando-as por volta de uma da manhã.
A direção do instituto informou a polícia que levou as garotas para o hospital em Pakur, prometendo todos os esforços "para rastrear e punir os autores deste crime horrível".
Pe. Faustine Lobo, Diretor das Pontifícias Obras Missionárias na Índia, dizendo que estava "triste e chateado com mais um caso de estupro", disse à Fides: "Por um lado, há uma maior consciência na sociedade sobre o problema do estupro, que não vem mais escondido. No passado, casos desse tipo permaneciam desconhecidos, especialmente por causa da vergonha das vítimas e do medo das famílias envolvidas. Hoje, os casos são denunciados e divulgados pela mídia. Esse já é um primeiro sinal positivo". "O nó principal - continua Pe. Lobo - é a impunidade. As principais vítimas são garotas dos grupos tribais, dalits ou marginalizadas, ou seja, os grupos mais vulneráveis e fracos, que têm baixa influência social e política e muitas vezes não são capazes de se defender".
A solução para a Igreja Católica é uma "aplicação mais rigorosa das leis". O fenômeno, explica o sacerdote à Fides, não é tanto em relação ao "comunitarismo", mas "as deficiências do sistema jurídico e político". "As leis existentes ajudariam a prevenir e punir tais crimes, mas não são aplicadas, principalmente, por causa da corrupção, policiais complacentes ou da administração civil que cobrem estes casos. A certeza da punição poderia agir como um impedimento contra o estupro. É um crime hediondo que degrada a dignidade das mulheres, que nós, como cristãos sempre combatemos". (PA) (Agência Fides 20/7/2013)


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