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Minya (Agência Fides) – Depois do discurso do Presidente Morsi – que na noite de terça-feira, 2 de julho, reiterou a firme intenção de permanecer no poder até o final do mandato, obtido com eleições democráticas –, “o povo está desiludido, teme o eclodir de uma espiral de violência e aguarda para ver qual será a medida que o exército tomará no final do ultimato de 48 horas que deu ao governo, e que expira esta tarde”. Assim, o Bispo copta católico de Minya Botros Fahim Awad Hanna descreve à Agência Fides o clima de incerteza e preocupação que nessas horas pesa sobre todo o país diante de uma crise política e social que pode degenerar em guerra civil. Os confrontos entre os milhões de manifestantes contra Morsi e os grupos filo-governamentais ligados à Irmandade Muçulmana provocaram mais de dez mortos e centenas de feridos.
Anba Hanna confirma que “nos projetos que circulam nesses dias sobre como administrar a fase de transição depois da eventual renúncia de Morsi, há quem auspicia o envolvimento também da Universidade de Al Azhar e de representantes da Igreja copta como forças capazes de contribuir para uma solução equilibrada da crise”. O Bispo copta católico de Minya redimensiona drasticamente também os alarmes que circularam de violências sexuais que teriam se verificado na Praça Tahrir e em outros lugares onde houve manifestações da oposição: “São notícias exageradas. Houve um episódio ou dois. Quem difundiu a voz de dezenas e dezenas de violências contra as mulheres nas praças em revolta são sempre fontes próximas ao governo e à Irmandade Muçulmana, divulgadas de maneira acrítica no Ocidente. Trata-se de uma campanha de difamação para sujar a imagem dos milhões de manifestantes que nesses dias saíram às ruas com uma finalidade bem clara: expressar o descontentamento em relação ao governo e pedir que o Presidente Morsi renuncie ao poder”. (GV) (Agência Fides 3/7/2013).
