ÁSIA/TURQUIA - O dominicano Monge: A União Europeia errou tudo sobre o dossiê turco

Terça, 18 Junho 2013

Istambul (Agência Fides) - A involução autoritária da liderança turca foi "incentivada pela política, ou melhor, pela não política europeia em relação ao dossiê de integração da Turquia na União". Isso foi enfatizado numa entrevista à Fides pelo Pe. Claudio Monge, superior da comunidade dominicana, em Istambul, onde também dirige o Centro para o Diálogo Inter-religioso e Cultural. "Até 2006", explica Pe. Monge, "Edogan e seu partido tinham realmente apostado muito na integração, e muitas reformas foram feitas para facilitar este passo, mas a falta de visão política europeia frustrou tudo, abrindo um novo curso erdoganiano e turco em geral. "Em primeiro lugar, foi feita a tentativa de se situar novamente no quadro dos países árabes "irmãos na fé ". Em seguida, as revoltas da "Primavera Árabe" e o início do conflito na Síria bloquearam os projetos políticos e diplomáticos, e investimentos milionários. Nesse ponto – lembra o dominicano - "a reação do orgulho de Erdogan tomou o caminho do autoritarismo populista, com a ideia de autossuficiência. Enfim, a afirmação dessas horas "não reconhecem a legitimidade do Parlamento Europeu" ... que não é tão escandalosa".
Segundo Pe. Monge, a única maneira de reconduzir o primeiro-ministro a conselhos humildes permanece a de uma oposição interna ao AKP - Partido islâmico conservador no poder - uma vez que "na Turquia não há oposição política e as quase três semanas do início da crise demonstram isso amplamente". Nesta perspectiva, é melhor manter os olhos fixos na crescente distância entre Erdogan e o presidente Abdullah Gül que nas últimas semanas repropôs várias vezes a linha de diálogo com os manifestantes. A "batalha final" entre Gül e Erdogan – explica Pe. Monge "leva às presidenciais em 2014: quem não concorda com a linha de Erdogan terá que se apresentar, apoiando Gül para um segundo mandato presidencial".
Com o comício do último domingo de Erdogan agora parece ter descartado a possibilidade de integração na União Europeia. Segundo Pe. Monge, "a comunidade internacional e, especialmente, os membros da União Europeia devem parar de dar lições de democracia: não são críveis porque, como eu disse, eles erraram toda política sobre o dossiê turco". O dominicano também está convencido de que os EUA não entrarão em colisão com Erdogan, "porque com a atual crise e a instabilidade regional, as questões de democracia interna no país serão vistas pelos líderes políticos EUA como secundárias em relação à necessidade de conservar um parceiro sólido na região, vinculado à OTAN". (GV) (Agência Fides 18/06/2013)


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