ÁFRICA/ZÂMBIA - "A Constituição não come, mas pode garantir o alimento nas mesas de todos"

Quinta, 13 Junho 2013

Lusaka (Agência Fides) - "Embora não possamos comê-la, uma boa Constituição nos garante que haja alimento em nossas mesas, remédios em nossos hospitais e uma educação de qualidade em nossas escolas", disse em 11 de junho, Pe. Cleophas Lungu, secretário-geral da Conferência Episcopal da Zâmbia, durante um encontro das organizações não governamentais engajadas na sequência do processo de revisão constitucional. 

Pe. Lungu quis destacar que para a Igreja Católica a nova Constituição não deve ser um fim a si mesma, mas deve ser mais um passo para o desenvolvimento humano, especialmente dos mais pobres. "A Zâmbia já não pode mais ver os recursos nacionais desperdiçados (..). Sim, para nós, uma nova Constituição é uma obrigação, porque a vemos como um instrumento de desenvolvimento social, econômico e político".
Por esta razão, o Secretário-Geral da Conferência Episcopal saudou o acordo alcançado pelas organizações da sociedade civil (que colaboram com a Igreja Católica) para estabelecer os padrões mínimos que a nova Constituição deverá respeitar, que serão então encaminhados ao comitê encarregado de redigi-la. "Devemos permanecer vigilantes e alertas", acrescentou Pe. Lungu. "As experiências passadas demonstram que não podemos confiar todo o processo de revisão constitucional aos políticos. Lembre-se que eventos maldosos acontecem quando as pessoas boas permanecem em silêncio".
A Zâmbia reviu a sua Constituição quatro vezes desde 1964, ano da independência da Grã-Bretanha, porque os sucessivos governos remodelaram a Carta Constitucional para silenciar os partidos da oposição e se manterem no poder. O documento em discussão, se for aprovado, se tornará a quinta Constituição do país em meio século de independência. (L.M.) (Agência Fides 13/6/2013)


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