ÁSIA/SÍRIA – Arcebispo Hindo: as “propinas para a revolução” das milícias anti-Assad

Quinta, 16 Maio 2013

Hassakè (Agência Fides) – “As milícias do Free Syrian Army e os grupos jihaidistas cobram altos pedágios a todos os veículos provenientes das áreas de Damasco e de Aleppo que transportam mercadorias. Dizem que o dinheiro serve para comprar armas, que é como uma ‘propina’ para a revolução. Por isso, agora os preços dos víveres em nossas cidades e aldeias aumentaram em dez vezes”. Assim declara à Agência Fides o Arcebispo Jacques Behnan Hindo, titular da arqui-heparquia sírio-católica de Hassaké-Nisibi, na província mesopotâmica de Jazira. Na região - que compreende os centros urbanos de Hassakè e Kamishly – o confronto militar entre o exército governamental e milícias anti-Assad vive uma fase de paralisação. Mas as áreas circunstantes são controladas por grupos da oposição, e as estradas que levam a Aleppo e Damasco foram interrompidas. "No momento, mesmo aqui o flagelo do sequestro é o que causa mais sofrimento para muitas famílias. Nos últimos meses, entre Hassakè e Kamishly houve mais de cem sequestros. A um certo ponto eu parei de contar. Muitos dos reféns ainda estão nas mãos dos sequestradores", disse preocupado à Fides Dom Hindo. Apesar de tudo isso, o Arcebispo mantém viva alguma esperança nas recentes iniciativas internacionais postas em prática para tentar uma solução política do conflito sírio: "Agora - disse à Fides - todos colocam na mesa pretensões exageradas. Espero que com o tempo se encontre o caminho do compromisso. Uma solução só pode vir se os agentes internacionais, a partir dos Estados Unidos e da Rússia, souberem colocar entre parênteses os respectivos interesses e considerarem as expectativas e sofrimentos reais vividos pelo nosso povo". (GV) (Agência Fides 16/5/2013).


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