ÁFRICA/REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA - Seleka conquista a capital

Segunda, 25 Março 2013

Bangui (Agência Fides)- Os rebeldes da coalizão Seleka entraram em Bangui, capital da República Centro-africana. O avanço dos rebeldes rumo à capital começou no dia 22 de março (veja Fides 22/3/2013) e terminou ontem, domingo, 24 de março. Segundo afirmou o Presidente sul-africano Jacob Zuma, 13 militares sul-africanos morreram e outros 27 ficaram feridos nos combates. Os militares fazem parte do contingente militar enviado por Pretória em ajuda ao deposto Presidente centro-africano François Bozizé, que fugiu provavelmente para a República Democrática do Congo, onde sua família encontrou refúgio.
O líder da Seleka, Michel Djotodia, se auto-proclamou Chefe de Estado e anunciou que vai respeitar os acordos de Libreville de 11 de janeiro. O governo de coalizão presidido por Nicolas Tiangaye permanecerá no cargo mesmo que estejam previstas modificações ministeriais. Djotodia lançou um apelo para o fim dos saques e a volta da segurança. Diversas casas foram saqueadas pelos rebeldes, soldados e policiais do velho regime que tiraram seus uniformes, além de delinquentes de vários tipos.
Segundo muitos observadores, a estabilidade do país está ainda distante. Seleka é, com efeito, uma coalizão de vários grupos rebeldes unidos apenas pela busca a Bozizé. Agora que Djotodia se auto-proclamou Presidente, emergem divisões. Dentre seus opositores internos, estão Nourradine Adam, líder de um grupo membro da Seleka, a CPJP (Convenção dos patriotas pela justiça e a paz), e Firmin Findiro, ex-Ministro da Justiça afastado por Bozizé. Seus opositores contestam a proximidade de Djotodia ao Presidente chadiano Idriss Déby Itno, cujo contingente militar presente na República Centro-africana não impediu o avanço dos rebeldes, ao contrário das tropas sul-africanas. A França reforçou sua missão militar, cujo dever, explica Paris, limita-se à proteção dos cidadãos franceses presentes no país.
Em outro contexto, o de Mali, as tropas francesas combatem lado a lado contra os grupos jihaidistas. (L.M.) (Agência Fides 25/3/2013)


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