ÁSIA/SÍRIA - Novas protestas dos cristãos da Mesopotâmia contra a chaga dos sequestros

Segunda, 4 Fevereiro 2013

Hassakè (Agência Fides) – Na província de Jazira, na alta Mesopotâmia síria, o aumento exponencial dos sequestros – efeito colateral do conflito sírio - continua a flagelar as populações civis também nas áreas não atingidas pelos atritos entre rebeldes e exército governamental. O último sequestrado é um farmacêutico cristão sequestrado domingo e para quem foi pedido um resgate de um milhão de liras sírias (quase 11 mil euros). “Para os bandidos de qualquer gênero – refere à Agência Fides o Arcebispo Jacques Behnan Hindo, titular da arqui-heparquia sírio-católica de Hassaké-Nisibi – este é um bom momento para fazer dinheiro”.
Sexta-feira passada, dezenas de cristãos improvisaram uma interdição rodoviária, queimando pneus em um cruzamento da cidade de Hassaké, para protestar contra o sequestro-relâmpago do reitor da Universidade estatal de Al-Furat, o cristão Jack Mardini, sequestrado em pleno dia por sicários armados e libertado duas horas mais tarde.
No seu caso, por trás do sequestro não havia uma tentativa de extorsão, mas questões relacionadas com o funcionamento da Universidade. Sintoma que agora se recorre à prática de crimes de sequestro para resolver conflitos de interesse pessoal e social.
Nas últimas semanas, na cidade de Hassaké houve 50 sequestros, e quase a metade foi realizada contra os cristãos. "Muitos deles são médicos, advogados e profissionais – ressalta Dom Hindo - mas agora começa a sequestrar também os pobres." No entanto, o arcebispo sírio-católico nega que a prática de sequestro tenha os cristãos como um alvo privilegiado: "Nos últimos dias - disse Dom Hindo – alguns sequestrados muçulmanos tentaram chamar os sequestradores para o sentido da piedade, contanto a peregrinação feita à Meca. Os bandidos, em resposta, começaram a blasfemar o nome de Alá e amaldiçoar o profeta Maomé, dizendo que seu único interesse é o dinheiro". (GV) (Agência Fides 4/2/2013)


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