ÁFRICA/R.D.CONGO - Encontro de missionários italianos no Congo: “Nos momentos de risco maior, os fiéis mais simples e pobres nos defenderam, mantendo a Igreja viva, diante das perseguições e destruições”

Sábado, 27 Novembro 2004

Kinshasa (Agência Fides) - De 15 a 18 de novembro, o Centro pastoral “Nganda” de Kinshasa, recebeu os participantes de um encontro promovido pela Conferência Episcopal Italiana e pelos Bispos da Igreja congolesa, em três dias de espiritualidade e fraternidade, dedicados à reflexão sobre o serviço missionário. No comunicado final, divulgado recentemente, os participantes destacam ter provado sentimentos de ‘alegria, surpresa, entusiasmo, e profunda gratidão’. “Como é bom e suave que os irmãos vivam juntos!” (Sal 132,1). A grandeza do País e as dificuldades de movimentação ainda existentes sugeriram que fossem convidados ao encontro, sobretudo, os missionários da área geográfica ao redor de Kinshasa e Lubumbashi, já que não é possível realizar encontros na zona de Kisangani e de Bukavu.
“A condição sócio-política e econômica em que se encontra o País está na origem de tantos males materiais e espirituais: da falta de trabalho às retribuições inadequadas ou incertas, do fenômeno dos meninos de rua ao recurso às alienantes formas de religiosidade, como as seitas”. Neste contexto, a Igreja se sente ainda mais engajada em “dar visibilidade ao amor de Deus que salva”.
No serviço à Igreja congolesa, a Igreja italiana pode ajudar muito: sensibilizando sobre a situação atual no País, analisando as causas, favorecendo uma informação mais correta sobre a África, evidenciando também seus aspectos positivos; apoiando a formação permanente de sacerdotes e agentes pastorais locais; estando próxima da Igreja local e dos missionários nos momentos de maior dificuldade; continuando a enviar missionários; pressionando o governo italiano e as instituições internacionais para solucionar os problemas do Congo; envolvendo os sujeitos locais na realização de projetos, oferecendo disponibilidade de pessoas e recursos às suas exigências de formação técnica e humana.
“A situação de guerra e violência que partilhamos com o povo deste país por tantos anos nos fez viver, na Igreja e com as pessoas do Congo, uma aventura única de fé” - escrevem os missionários. “Aprendemos, com as dificuldades das pessoas, sua vontade de viver, apesar de tudo. Nos momentos de maior perigo, os mais simples e pobres nos defenderam; foram eles a manter viva a Igreja, mesmo diante da perseguição e de tanta destruição”.
Enfim, os participantes do encontro concluem: “Apesar dos tantos males que o afligem, o rico caminho de fé de nossa experiência missionária no Congo demonstra que este não é o momento de abandonar a África. É preciso aprender a realizar uma presença evangelizadora mais encarnada, e mais construída, ao lado da Igreja que nos acolheu”. (S.L.) (Agência Fides 27/11/2004)


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