ÁFRICA/QUÊNIA - Terminado o tiroteio em Garissa, mas a população está irritada com as violências do exército

Quarta, 21 Novembro 2012

Nairóbi (Agência Fides) – “Não há mais tiroteios, mas a tensão ainda é alta porque o povo está irritado pelo modo como o exército interveio. Patrulhas militares foram apedrejadas por alguns moradores. Esperamos que este clima passe rápido” – diz à Agência Fides Dom Paul Darmanin, Bispo de Garissa, leste do Quênia, no confim com a Somália, alvo ontem de combates entre o exército queniano e um grupo armado responsável por um atentado que provocou a morte de 3 militares (veja Fides 20/11/2012). Supõe-se que os autores do atentado sejam ligados aos Shabaab somalis.
“Agora se pode sair de casa, e neste momento, estou voltando de uma paróquia fora de Garissa, onde deveria ter ido domingo, 18 de novembro, administrar Crismas, mas fui obrigado a renunciar por causa dos combates” – explica o Bispo.
Segundo testemunhos publicados em agências internacionais, os militares quenianos teriam atirado indiscriminadamente contra os moradores de Garissa, em maioria, somalis. O mercado da cidade teria sido incendiado por militares. Um porta-voz do exército desmentiu, no entanto, que o exército seja responsável por estes crimes.
Um ex-deputado da região afirmou que os quenianos de etnia somali são vistos com cepticismo pelas forças da segurança e a população não-somali, que os considera potenciais aliados dos Shabaab, contra quem o exército queniano está conduzindo uma operação militar no sul da Somália. A iminência das eleições presidenciais e políticas de 20 de março de 2013 aumenta o risco do uso político das tensões sociais e étnicas. (L.M.) (Agência Fides 21/11/2012)


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