ÁSIA/JORDÂNIA - O Arcebispo Lahham: "a manifestação islamita de sexta-feira pode se degenerar"

Terça, 2 Outubro 2012

Amã (Agência Fides) - "Na próxima sexta-feira, a Irmandade Muçulmana convocou uma grande manifestação contra a eleição. Os líderes das tribos ameaçaram levar às ruas 200 mil pessoas com arma branca, prontos para fazer confusão. Esperemos que não aconteça". Assim, o Arcebispo Maroun Lahham, vigário patriarcal para a Jordânia do Patriarcado Latino de Jerusalém, descreve à Fides a passagem crítica para a qual se prepara o reino hachemita, com eleições agendadas - exceto adiamentos prováveis – para o final do ano.
Diante da perspectiva – feita por muitos – de que a Jordânia do Rei Abdullah II seja contaminada por processos de desestabilização em andamento no cenário do Oriente Médio, o arcebispo reitera alguns pontos: "As próximas eleições deveria ser na Jordânia as primeiras eleições livres e democráticas. O governo será nomeado pela primeira vez pelo partido majoritário. Até agora era o rei quem nomeava o governo e o primeiro-ministro. A Irmandade Muçulmana anunciou faz tempo quer boicotar as eleições. Se as promessas de uma competição eleitoral livre e democrática forem mantidas, eles podem exercer uma peso efetivo na evolução política do país. Se ao invés permanecerem firmes na escolha do boicote, a sua posição pode acabar sendo apenas negativa".
Segundo o Arcebispo Lahham, até mesmo sobre a delicada fase política na Jordânia se reflete a instabilidade do Oriente Médio: "na Síria as coisas estão cada vez mais obscuras. Até agora, como Igreja, insistimos no apelo pela paz, reconciliação e perdão, mas não se vê uma saída para esta crise, com o governo que não cede e a resistência que parece cada vez mais apoiada pelo exterior através do envio de armas. Conforme o inverno se aproxima, aumenta o drama humanitário dos imigrantes, como os milhares que vivem no campo de Zataari. No meio deles se infiltraram dezenas de agentes sírios, para criar problemas na Jordânia. Ao encontrá-los, são logo enviados de volta para o seu país". (GV) (Agência Fides 2/10/2012).


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