VATICANO - A catequese do Papa na audiência geral: “Cristo é o Salvador, solidário conosco em seu «corpo» humano, pode estar ao nosso lado, compartilhar nossas dores, carregar o nosso mal. Mas é também e sempre o Filho de Deus, e sua solidariedade conosco torna-se radicalmente transformadora, libertadora, expiatória, salvífica”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - O Cântico “A paixão voluntária de Cristo, servo de Deus”, Vésperas de Domingo da 2ª semana (cfr 1Pt 2,21-24), foi o tema da catequese de João Paulo II na audiência geral desta manhã, na Praça São Pedro, aonde o Papa chegou proveniente de Castel Gandolfo.
Ouvindo este hino, “o rosto de Cristo sofredor se delineou diante de nossos olhos” - disse o Papa. “Assim como acontecia com os leitores daquela Carta, nos primeiros tempos do Cristianismo, aconteceu, por muitos séculos, durante a proclamação litúrgica da Palavra de Deus e na meditação pessoal. O pensamento de Pedro, e também o dos fiéis que proclamam este hino, sobretudo na Liturgia das Vésperas do período de Quaresma, vai ao Servo de Javé, descrito no célebre quarto canto do Livro do profeta Isaías. É um personagem misterioso, interpretado pelo Cristianismo em chave messiânica e cristológica, pois antecipa os particulares e o significado da Paixão de Cristo”.
Cristo se encaminha para a via da paixão, “sem se opor a injustiça e a violência, sem recriminações e desabafos”, demonstrando “confiança corajosa, exemplo para todos os discípulos que percorrerem a via sombria da provação e da perseguição... Cristo é apresentado como o Salvador, solidário conosco em seu «corpo» humano... Ma é também e sempre o Filho de Deus e sua solidariedade conosco torna-se radicalmente transformadora, libertadora, expiatória, salvífica. Assim, a nossa pobre humanidade é removida das estradas desviadas e perversas do mal e levada à «justiça», ou seja, ao bom projeto de Deus. A última frase do hino é particularmente comovedora: «De suas feridas fomos curados». Aqui, podemos perceber o caro preço pago por Cristo para a nossa cura!” (S.L.) (Agência Fides 22/9/2004)