Cidade do Vaticano (Agência Fides) - No Angelus deste domingo, em Castel Gandolfo, João Paulo II recordou o martírio de São João Batista, que a Igreja celebrou ontem. “Em algumas partes do mundo, disse o Papa, ainda hoje os fiéis pagam por sua fé.” O Santo Padre ressaltou que o sangue imolado é sinal da santidade da Igreja, convidando todos, inclusive aqueles que não são chamados ao extremo sacrifício, a viverem o Evangelho sem reservas.
O martírio representa “o vértice do testemunho à verdade moral”, disse o Papa, para depois recordar aqueles que, também hoje, derramam o sangue para testemunhar o Evangelho com coerência: “Também hoje, em algumas partes do mundo, os fiéis continuam a ser submetidos a duras provas por sua adesão a Cristo e à Igreja.” Mesmo se relativamente poucos são chamados ao sacrifício supremo, existe, porém, “um testemunho coerente que todos os cristãos devem estar prontos a dar a cada dia, também a custa de sofrimentos e de graves sacrifícios”.
O Papa destacou ainda o quanto isso seja difícil, mesmo na vida mais comum do dia-a-dia. “É preciso um verdadeiro empenho, por vezes heróico, para não ceder às dificuldades e aos compromissos e para viver o Evangelho radicalmente.” E permanece o valor todo especial do sangue derramado: “O martírio è ‘um sinal notável da santidade da Igreja.” O próprio Papa recordou tê-lo afirmado na Carta encíclica Veritatis splendor (O esplendor da verdade). E cita, por sua vez, o Evangelho segundo São Lucas, para evocar à mente a expressão que Jesus usa para João Batista: “o maior entre os nascidos de mulher”. (S.L.) (Agência Fides 30/8/2004)