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Katmandu (Agência Fides) - A vida procede corajosamente entre tensão e medo nas comunidades cristãs em Nepal. Mas as ameaças dos guerrilheiros maoístas continuam e cresce também o fenômeno do seqüestro de crianças, a serem treinadas para a guerra, como informam fontes locais, da Fides.
A Igreja em Nepal cresceu nos últimos anos, não obstante a violência tenha aumentado. Os guerrilheiros maoístas atacaram igrejas, locais e pessoal católico (recordamos a bomba explodida em 6 de junho passado na escola católica “Pequena Flor”, no leste do país), alegando que “todos os cristãos são espiões”.
Agora, registra-se uma tendência preocupante: os maoístas estão recrutando um número crescente de crianças-soldado, e segundo algumas fontes, 30% dos combatentes são crianças. Os guerrilheiros invadem escolas e orfanatos para raptar crianças e treina-las ao uso de armas. Muitas congregações religiosas que administram escolas e orfanatos estão em perigo, pois se sentem indefesas - assinala a Fides uma fonte da Igreja local.
Muitas crianças nepalesas, órfãs ou abandonadas, atravessaram a fronteira com a Índia, tendo recebido assistência de sacerdotes e religiosas indianas, e acolhidas no “Michael Job Centre”, estrutura católica no estado de Manipur.
Entretanto, desde junho passado, todos os institutos de ensino, inclusive escolas católicas de Nepal estão fechadas, em função das ameaças dos maoístas. O território nepalês continua militarizado, com postos de controle espalhados por todos os lugares.
A comunidade católica administra 23 escolas em Nepal, freqüentadas principalmente por alunos não cristãos. As missões e escolas católicas em Nepal sofreram nos últimos anos com o confronto entre governo e rebeldes maoístas, uma guerra civil que em sete anos provocou cerca de 9.000 mortos.
Em Nepal, de 23 milhões de habitantes, existem 6 mil católicos. A missão em Nepal foi instituída em 1983, desmembrando o território da diocese de Patna (Índia), e foi confiada aos jesuítas. Em 1996, foi elevada à Prefeitura Apostólica, que hoje tem quatro paróquias. A Igreja católica ainda não tem o reconhecimento jurídico oficial por parte do governo e é considerada como uma Organização Não-Governamental. (PA) (Agência Fides 30/7/2004)
