ÁSIA/TERRA SANTA - Notas musicais de paz aquém e além do muro: na Terra Santa, a mensagem de esperança da World Youth Orchestra, que une jovens músicos israelenses e palestinos

Jerusalém (Agência Fides) - Existe uma partitura musical que ultrapassa o muro de defesa erigido na Terra Santa. Nesses dias em que a Corte de Haia declarou “ilegal” o muro construído por Israel, um grupo de jovens músicos de todo o mundo lança uma mensagem de esperança e propõe uma ponte entre Israel e Palestina através da música. São os 50 jovens escolhidos entre os melhores estudantes dos Conservatórios de todo o mundo, reunidos na World Youth Orchestra (Wyo), formação criada e dirigida pelo maestro italiano Damiano Guranna, nomeado Goodwill Ambassador pelo Unicef em 2002.
O maestro está entre aqueles que acreditam no poder da música, linguagem universal capaz de construir comunhão e compartilha, de aquecer os corações, principalmente das novas gerações. Na orquestra, de fato, tocam juntos jovens israelenses e palestinos, como chineses, norte-americanos, australianos, europeus.
A Wyo acaba de concluir um tour no Oriente Médio, onde se exibiu em 12 de julho no teatro Givatayim de Tel Aviv, depois de uma de uma performance de sucesso em 9 de julho no teatro Hussein de Amã e 11 de julho no teatro Al Qasaba de Ramalá.
As notas musicais da tradição popular mediterrânea - o repertório original escolhido pelo maestro Giuranna, rico de valor simbólico, que une melodias balcânicas, árabes, itálicas, yddish - ecoaram aquém e além do muro que divide a Terra Santa, com um único objetivo: testemunhar que viver em paz é possível, para além das diversidades de credo, raça, língua e cultura. Os jovens da Wyo levaram harmônicas de paz no Oriente Médio devastado pelo ódio e pelas guerras, para dar novamente voz à esperança.
E o Tour mediterrâneo da World Youth Orchestra, depois de três semanas intensas de concertos, que procurou unir idealmente pontos opostos do Mediterrâneo, terminará no final de julho na Úmbria, na terra de S. Francisco, o santo que soube ser portador de uma mensagem de diálogo, paz e fraternidade universal, também nos tempos das Cruzadas e dos confrontos entre cristãos e muçulmanos, e que deixou seus seguidores para custodiar o lugares santos da Palestina.
(PA) (Agência Fides 13/7/2004)