VATICANO - O Papa no Angelus convida a rezar “para a plena unidade dos cristãos”, ao recordar o histórico abraço entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras I e na expectativa de acolher Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla

Segunda, 28 Junho 2004

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - O Papa João Paulo II expressou ontem sua satisfação pela visita ao Vaticano, no próximo dia 29, festividade de São Pedro e São Paulo, do Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e voltou a defender uma unidade entre católicos e ortodoxos, separados há quase mil anos.
Diante de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro para a oração mariana do Angelus, o Papa disse que a visita de Bartolomeu I se realiza passados 40 anos do histórico abraço entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Ecumênico Atenágoras I, em Jerusalém. Esse abraço ocorreu quando se celebrava o Concílio Vaticano II, que impulsionou o ecumenismo, e no mesmo ano em que os padres conciliares aprovaram o Decreto Unitatis Redintegratio, no qual se afirmava que a promoção da unidade dos cristãos era um dos objetivos do Concílio e tinha que ser promovida por toda a comunidade eclesial.
“Passaram-se quarenta anos”, e apesar das dificuldades, o ecumenismo deu importantes passos avante e desenvolveu no povo de Deus a sensibilidade ecumênica. A semana de oração pela unidade dos Cristãos _ continuou João Paulo II _ passou a fazer parte do normal itinerário litúrgico e pastoral das Dioceses e das Paróquias. Numerosas são as associações e as comunidades eclesiais que dedicam uma atenção constante ao recíproco conhecimento e à amizade entre cristãos de diversas confissões, e fazem com que eles se encontrem sempre mais unidos em obras de solidariedade, de justiça e de paz”.
“Enquanto nos preparamos para receber o Patriarca Ecumênico, convido todos a rezarem pela plena unidade dos cristãos, invocando a intercessão de Nossa Senhora”, acrescentou o Santo Padre. Bartolomeu I irá participar no próximo dia 29 da Solene celebração da festividade de São Pedro e São Paulo e pronunciará a homilia e a profissão de fé com o Papa. Irão concelebrar a Santa Missa com o Papa os arcebispos aos quais João Paulo II irá impor o Sagrado Pálio, sinal litúrgico de honra e jurisdição.
Antes de se despedir dos fiéis e peregrinos reunidos na grande Praça São Pedro o Papa recordou que ontem se celebrou o Dia Mundial contra a tortura. “Possa o comum empenho das instituições e dos cidadãos erradicar completamente esta ignóbil violação dos direitos humanos, radicalmente contrária à dignidade do homem”, disse o João Paulo II.
Em seguida o Papa saudou um grupo de jovens israelenses e palestinos que, com seus familiares, é hóspede de uma associação da cidade de Nápoles. Esses jovens, disse o Santo Padre, juntos querem dizer ao mundo que desejam a paz e a reconciliação para a Terra Santa. E o fazem com força ainda maior, pois nas suas famílias, seja palestina que israelense, se registraram vítimas do conflito em curso. “É deve de todos não desiludir esses jovens e ajudá-los a crescer na confiança em Deus e nos demais.”
(S.L.) (Agência Fides 28/6/2004)


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