Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Ancara (Agência Fides) - Esperanças e progressos em direção do reconhecimento jurídico da Igreja católica na Turquia: em 21 de junho passado, pela primeira vez na história da República da Turquia, o Premiê Recep Tayyip Erdogan recebeu os Bispos católicos. O colóquio foi ocasião para ilustrar a identidade e a missão da Igreja católica, falar de suas comunidades, expor as dificuldades. Estavam presentes no encontro os Bispos dos diversos ritos católicos presentes na Turquia: latinos, armênios, caldeus e sírio-católicos.
Os Bispos pediram ao Primeiro Ministro e ao governo que adotem medidas para harmonizar as leis da Turquia às exigências da União Européia, na qual a nação deseja entrar. Em um clima cordial, expuseram problemas e preocupações dos cristãos na Turquia, e fizeram um pedido explícito para o reconhecimento jurídico oficial da Igreja Católica na Turquia.
Os Bispos entregaram ao Premiê um memorando que pede a instituição de uma comissão bilateral para enfrentar, de forma aprofundada, a questão do status jurídico da Igreja Católica e todas as relativas implicações.
Há grande otimismo em meio à comunidade católica turca, em relação à vida da Igreja no país. Em um colóquio com a Fides, Pe. George Marovich, porta-voz dos Bispos, destacou que o encontro havia sido solicitado há alguns meses e que a audiência concedida ao Premiê é muito significativa. Pe. George disse à Fides: “O Primeiro-Ministro nos pediu ajuda no processo de integração da Turquia na União Européia. Nós respondemos que já estamos trabalhando neste sentido há alguns anos: a prova disso é que a nossa Conferência Episcopal, seguindo um nosso pedido explícito, faz parte do Conselho das Conferências Episcopais Européias (CCEE). E isto alegrou Erdogan. Agora, aguardamos a formação da Comissão bilateral, que poderia facilitar muito o nosso trabalho. Entretanto, o premiê também anunciou um decreto que reconhece aos Padres Assuncionistas, como congregação religiosa, o uso dos bens imóveis confiscados no passado. Um sinal muito positivo, que nos dá grandes esperanças para o futuro”.
De 66 milhões de habitantes, os turcos são 98% muçulmanos, e os cristãos somente 0,6%. Há cristãos ortodoxos, ligados ao Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, e comunidades católicas de rito latino, armênio, sírio-católico, bizantino, maronita. Nota-se que muitos cristãos vivem no anonimato. De fato, os cristãos não têm acesso ao Parlamento nem à carreira militar. (PA) (Agência Fides 23/06/2004)
