Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Ambon (Agência Fides) - As ilhas Molucas, na Indonésia oriental, teatro de recentes conflitos inter-religiosos, necessitam de investimentos, infra-estruturas, desenvolvimento econômico e social, para aumentar o padrão de bem-estar da população. Sobre este aspecto, estão de acordo autoridades governamentais e provinciais, intelectuais, sociológicas e religiosas. Assim, a retomada das atividades econômicas - artesanato, pesca, comércio e também o turismo - será possível somente se o ambiente das Molucas for pacificado e a população readquirir a confiança nas próprias capacidades e no futuro.
Todavia, os conflitos mais recentes, iniciados em 25 de abril deste ano, provocaram mais de 10.000 refugiados, a destruição de 850 casas e quatro escolas, criando uma urgente necessidade de auxílios humanitários, como remédios, alimentos e tendas para os novos refugiados, dos quais se ocupa o Escritório da ONU para a Coordenação das Ajudas Humanitárias. O grupo de assistentes das Nações Unidas havia deixado a região no final de abril, logo após a violência. Depois de um mês, reavalia-se a possibilidade de se voltar a operar nas Molucas, dada a forte necessidade.
Segundo muitos observadores, dentre os quais o Bispo de Amboina, D. Petrus Canisius Mandagi, os recentes conflitos, interrompendo um tempo de paz que durava desde fevereiro de 2002 (quando foi assinado o acordo de Malino), são ligados à decorrente situação política de Jacarta. Na Indonésia, de fato, está se realizando a campanha para as eleições presidenciais, que pela primeira vez na história será através do voto direto dos cidadãos. Existe, portanto, um confronto entre lobby políticos e econômicos que buscam desfrutar, em vantagem própria, da situação de instabilidade, presente em diversas áreas do país, como Molucas, Norte de Sumatra e Papua.
(PA) (Agência Fides 4/6/2004)
