ÁSIA/FILIPINAS - Sacerdote engajado contra a corrupção ameaçado de morte: preocupação na Igreja filipina

Terça, 18 Maio 2004

Manila (Agência Fides) - Preocupação na comunidade católica do Sul das Filipinas: um sacerdote que denunciou corajosamente a corrupção na vida política filipina foi repetidamente ameaçado de morte. Pe. Fred Maghanoy, que dirige uma associação que promove valores de transparência e honestidade política, recebeu recentemente várias mensagens intimidadoras. “Seus dias estão contados” - disseram-lhe misteriosos interlocutores ao telefone, ameaçando-o de morte. O sacerdote é pároco em Alabel, província de Sarangani, na ilha de Mindanao, nas Filipinas. “A batalha apenas começou: cuidado, porque vai tomar banho em teu próprio sangue” - disseram-lhe os últimos telefonemas.
Segundo informações recebidas pela Fides, o episódio tem relação com os resultados eleitorais: a assocação liderada por Pe. Fred, a Spare-Gov (Sarangani People’s Alliance for Reform and Good Governance) agrupa numerosas organizações sociais, civis e religiosas, e denunciou o uso ilícito de verbas por diversos políticos da região, que se teriam apropriado do dinheiro do governo da província, como confirmado por inquéritos do Escritório Nacional de Investigação.
O tema da corrupção ocupou a opinião pública durante toda a campanha eleitoral, encerrada com o voto de 10 de maio passado. O sistema de corrupção é endêmico na vida política e social filipina, e a Igreja sempre lutou para denunciar a corrupção em todos os níveis, local e nacional. Pe. Fred é um entre tanto Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos engajados com os valores de honestidade e transparência.
Em sua mensagem precedente às eleições, também os Bispos se detiveram sobre o problema. Segundo um relatório da Organização Não Governamental Transparency International, que analisou dados de 1996 a 2003 em escala mundial, as Filipinas estão em baixo na classificação mundial sobre a transparência na administração pública (92° lugar, em 133), com um índice de corrupção muito elevado. Algumas estimativas afirmam que a corrupção corrói cerca de 40% do Produto Interno Bruto do País. (PA) (Agência Fides 18/5/2004)


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