VATICANO/CANONIZAÇÃO DE 16 DE MAIO - Gianna Beretta Molla (1922-1962): sacrifica a própria vida para salvar a vida da filha

Sábado, 15 Maio 2004

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Gianna Beretta nasceu em Magenta (diocese e província de Milão) em 4 de outubro de 1922, décima de 13 filhos. Desde pequena, acolhe com plena adesão o dom da fé e a educação limpidamente cristã, que recebe dos ótimos pais e que a levam a considerar a vida como um dom maravilhoso de Deus, a ter confiança na Providência, e a estar certa da necessidade e da eficácia da oração. A primeira comunhão, com cinco anos e meio, marca em Gianna um momento importante, dando início a uma assídua freqüência à Eucaristia, que se torna sustentáculo e luz da sua infância, adolescência e juventude.
Naqueles anos, não faltaram dificuldades e sofrimentos: mudanças de escola, saúde frágil, transferências da família, doença e morte dos pais. Tudo isso, porém, não produz traumas e desequilíbrios em Gianna, dada a riqueza e profundidade da sua vida espiritual pelo contrário, desenvolve sua sensibilidade e potencia a virtude.
Nos anos dos ensinos médio e superior é uma jovem doce, perseverante e reservada, e enquanto se dedica com afinco aos estudos, traduz a sua fé em um empenho generoso de apostolado entre as jovens da Ação Católica e de caridade para com os anciãos e os necessitados nas Conferências de S. Vincenzo. Formada em Medicina e Cirurgia em 1949 na Universidade de Pavia, abre em 1950 um ambulatório médico; especializa-se em Pediatria na Universidade de Milão em 1952, e preferencia, entre os seus assistidos, mães, crianças, anciãos e pobres.
Enquanto realiza a sua obra como médica, que sente e pratica com uma “missão”, aumenta o seu empenho generoso na Ação Católica e, ao mesmo tempo, através do alpinismo, expressa a sua grande alegria de viver e de gozar do encanto da criação. Interroga-se, rezando, sobre a sua vocação, considerada também um dom de Deus. Escolhida a vocação ao matrimônio, a abraça com todo o entusiasmo e se empenha em doar-se totalmente «para formar uma família realmente cristã».
Relaciona-se com o engenheiro Pietro Molla e vive o período de noivado na alegria e no amor. Agradece e reza ao Senhor. Casa-se em 24 de setembro de 1955 na Basílica de S. Martino em Magenta e é uma esposa feliz. Em novembro de 1956, é a mãe mais feliz de Pierluigi; em dezembro de 1957, de Mariolina; em julho de 1959, de Laura. Consegue harmonizar, com simplicidade e equilíbrio, os deveres de mãe, de esposa, de médico e a grande alegria de viver.
Em setembro de 1961, no final do segundo mês de gravidez, é tomada pelo sofrimento e o mistério da dor; e desenvolve um fibroma no útero. Antes da necessária cirurgia, mesmo consciente do risco que comportava levar adiante a gravidez, suplica ao cirurgião para que salve a vida que carrega no ventre e confia na oração e na Providência. A vida está assegurada, agradece ao Senhor, e transcorre os sete meses que a separam do parto com incomparável força de espírito e imutável empenho de mãe e de médica. Ela teme que a criatura em seu seio possa nascer sofredora, e pede a Deus que isso não aconteça.
Alguns dias antes do parto, mesmo confiando sempre na Providência, está pronta a doar a sua vida para salvar a vida da sua criatura: «Se tiverem que decidir entre mim e a criança, nenhuma hesitação: escolham - e o exijo - a criança. Salvem-na».Na manhã de 21 de abril de 1962, dá à luz Gianna Emanuela e na manhã de 28 de abril, apesar de todos os esforços e os cuidados para salvar as duas vidas, entre indizíveis dores, depois de repetir a oração «Jesus te amo, Jesus te amo», morre santamente. Tinha 39 anos. Seu funeral foi uma grande manifestação unânime de comoção profunda, de fé e de oração. Foi beatificada por João Paulo II em 24 de abril de 1994, no Ano Internacional da Família. (S.L.) (Agência Fides 15/5/2004)


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