Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Monróvia (Agência Fides) - “É a luta de sempre para assumir os cargos no governo de unidade nacional.” Este é o comentário feito à Agência Fides pelo Padre Mauro Armanino (Superior Provincial da Sociedade das Missões Africanas, SMA) sobre a notícia de que Asha Keita-Conneh, esposa de Sekou Conneh, chefe dos LURD (Liberianos Unidos pela Reconciliação e a Democracia), o principal grupo de guerrilha do país, excluiu o marido da direção do movimento. “Como todos sabem na Libéria, e como divulga a imprensa internacional, Sekou Conneh nunca teve muita força dentro dos LURD”, afirma Pe. Armanino. “Sua mulher, ao contrário, pode desfrutar de um contato direto com Lansana Conte, Presidente da vizinha Guiné, que há anos financia os LURD”. Asha Keita-Conneh é, de fato, a “guia espiritual” há muito tempo e filha adotiva do Presidente Conte. Seu marido é um ex-revendedor de carros usados, considerado uma pessoa sem carisma.
“Ainda não é possível prever que influência este fato exercerá no processo de paz da Libéria”, afirma Padre Armanino. “Há muito tempo, no entanto, eu anunciava uma cisão entre a ala militar e a ala política dos LURD, com consequências que ainda devem ser verificadas. É preciso levar em consideração que dentro dos LURD convivem interesses diferentes. Uma vez que o objetivo principal foi alcançado, a queda do ex-Presidente Charles Taylor, vêm à tona os contrastes entre os diversos membros.”
No dia 20 de janeiro, as Nações Unidas retomaram seu programa de desarmamento das milícias e a força de paz da ONU na Libéria prevê completar o posicionamento sobre todo o território até março.
“Infelizmente, circulam no país notícias de que muitas armas foram escondidas seja na Libéria como nos países vizinhos, Guiné, Costa do Marfim e Serra Leoa. Não se pode resolver a crise marfinense sem levar em consideração o contexto regional no qual a Libéria está inserida” conclui Pe. Armanino. (L.M.) (Agência Fides 21/1/2004, Linhas 28 Palavras 307)
